(De) Feridos

sábado, 4 de junho de 2011

O que é erro?

O ser humano, desde os tempos primitivos, buscou e busca soluções de problemas existenciais e estruturais. Enquanto buscava por soluções ia se deparando com respostas negativas e com fracassos. Surgiam, assim, os erros. Para analisar o erro é preciso que tenhamos uma idéia bem definida a cerca do que seja e de como se apresenta. Para melhor elucidar a visão de erro, algumas concepções são muito importantes. Gramaticalmente, a Língua Portuguesa classifica o erro como substantivo masculino e, no dicionário Aurélio (1986, p. 679), encontramos a seguinte forma: “Erro: Ato ou efeito de errar; juízo falso; desacerto, engano; incorreção, inexatidão; desvio do bom caminho, desregramento, falta.”
O erro só pode ser considerado como algo insatisfatório, na solução de um problema, se tomarmos como acerto uma forma, um padrão, a ser seguido. Sem um padrão não há erro. O que pode existir (e existe) é uma ação insatisfatória, que não atinja um determinado objetivo que se está buscando. Neste sentido, poderíamos dizer que ao desprender esforços na busca de um objetivo teremos chance de sermos bem ou mal sucedidos. Desta forma não há erro, mas sucesso ou insucesso.
O que vamos tentar realizar é um relato dos vários aspectos destacados em relação ao erro em Jean Piaget.  Quando nos referimos ao erro como pecado capital da aprendizagem, temos que ter em mente que toda etapa de aprendizagem é acompanhada de erros e acertos.
O erro é o que ainda não se apreendeu, pois como uma criança vai adquirir conhecimento e não a deixam tentar de novo e outra vez e mais uma outra vez! Fazendo de seu jeito e com a presença de um adulto no papel de educador.
Não podemos também tornar o erro intocável transformando-o em nobreza. Para a criança isso pode ser perigoso, pois quando estamos tratando de aprendizagem, um erro intocável pode ser confundido com um acerto. Nos referindo as utilidades do erro, podemos afirmar que o erro continua importante nos processos de aprendizagem, o que está acontecendo é que muitas instituições educacionais interpretam a teoria piagetiana de forma equivocada.
Muitas delas misturam o construtivismo piagetiano ao vygotskyano, acabando por sacralizar o erro e, por conseguinte deram aos modelos de sua prevenção, um ar de profano.
É citado também o erro construtivo. É este tipo de erro que deve merecer um refinamento pedagógico bem mais adequado, do que sua simples "condenação sumária".
Não poderíamos deixar de citar neste texto os conceitos que sustentam a teoria comstrutivista piagetiana que são por ele descritos de: assimilação, acomodação, equilibração e regulação.
citando Piaget, "não é suficiente que o aluno saiba que errou, é preciso também ter elementos para avaliar a qualidade do erro".
Se o trabalho pedagógico for organizado de tal forma que o aluno apenas fique sabendo, pelo professor que errou, o erro perderá todo seu valor.
Não há processo de conhecimento sem erro. O erro é parte constitutiva da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo. Tentar impedir de todas as formas que o aluno erre, equivale a obstruir o processo de sucessivas aprendizagens. É o mesmo que impedir que o aluno construa os instrumentos indispensáveis ao seu pensar.

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