(De) Feridos

sábado, 28 de maio de 2011

Você acredita na educação?

Olá!
Sejam todos muito bem vindos. A pouco comecei a escrever sobre a educação. Hoje ela está desacreditada por muitos e tentando ser recuperada por poucos.

Para iniciar esse blog, resolvi começar com uma reflexão e em seguida uma síntese de um relato pessoal. Espero que isso auxiliem a jamais desacreditarem do potencial de vocês sem esquecer que estamos em constante aprendizado.
 
Plural dos sentidos

Um dia, numa aula a nossa professora
Ensinou-nos que o Vento é simples massa de ar.

E eu acreditei.
Se a professora o diz...
Mas não compreendi.
E Pus-me a cogitar...

De volta para a aldeia, onde ninguém estudou,
Resolvi perguntar.

E disse o Zé Moleiro
- O vento é pó de trigo, São velas a rodar.
O Vento é um Amigo.

O Luís Pescador gritou, sem se conter:
- O Vento faz as ondas e fez meu Pai morrer!
O Vento é assassino, o Vento faz doer.

- Nem sempre. -lembrei eu.
Levanta os papagaios
E fá-los ser estrelas num céu azul de sol.

E gemeu a velhinha, num canto do portal:
- O Vento é dor nos ossos...

- É roupa no varal sequinha num instante!
Afirmou minha mãe
Correndo atarefada, entre casa e quintal.

Mas logo explicou um velho jardineiro:
- O Vento, meus amigos, destruiu-me as roseiras
E fez cair as flores das minhas trepadeiras.
O Vento é muito mau.

Um Poeta sorriu...
- O Vento é a beleza.
As searas são mar
Se o Vento as faz mover, no campo a ondular.

Então sentei-me à mesa e estudei a lição.

Já sei o que é o Vento:
É DOR, É MEDO, É PÃO.
É BELEZA E CANÇÃO.
É A MORTE NO MAR.
E POR TRÁS DISSO TUDO
É UMA MASSA DE AR...

E eu disse cá para mim que a minha professora
Com tudo o que estudou
não me soube ensinar,
Porque nunca escutou. 

(autor desconhecido)


Assim como todo profissional, tive me início de carreira a 10 anos atrás, onde as conversas paralelas me incomodavam muito e eu não entendia como se podia aprender no meio de ruídos. Comecei a estudar e tive a percepção de que muitas vezes eu não abria espaço para que eles relacionassem o contexto abordado com o mundo real  deles. Sou ex militar e queria que minha sala estivesse nesse regime, impossível!!! Um dia, quando tinha pouquíssimos alunos (era uma emenda de feriado, porém letivo) um aluno muito ousado (ao meu ver naquela época) disse: Professora vamos falar da vida? Aquilo me tocou e perguntei: O que você quer falar da SUA vida? E ele me respondeu: Não quero dizer nada da minha vida. Aquilo me pareceu um desafio tremendo e com um tom um pouco mais rude indaguei: Então o que você quer afinal? Gostaria de saber da sua professora. Aquilo foi o fim e novamente respondi: Não lhe devo satisfações da minha vida, estou aqui para ensinar! E em sua réplica disse: Pois é professora, eu não tenho nada para contar porque minha vida ainda é muito curta e eu ainda não tive tempo para fazer história, mas eu tenho certeza que atrás dessa minha professora tem uma mulher com muita história para contar, pois eu ainda não sei quem é a minha professora de química, apenas sei a fórmula da água e suas reações como solvente universal. Tive que conter uma lágrima que se formou no canto do meu olho, levantei de onde eu estava e o abracei e o agradeci, depois daquele dia, a minha percepção mudou e vi que o autoritarismo cria barreiras e medos e naquele momento vi que eu tinha muito o que aprender com eles, bastava eu me apresentar e conhecer aqueles que paravam para me ouvir.

Esse episódio aconteceu comigo em 2000 em uma escola estadual de São Bernardo do Campo e o aluno que se manifestou era portador de necessidades especiais. Hoje com 26 anos já é um homem formado que eu o agradeço muito, se não fosse ele para abrir meus olhos, talvez eu teria sofrido muito mais para aprender algo que era tão fácil...
...jamais subestimar ninguém, pois ainda temos muito que aprender com nossos alunos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Em breve teremos os mais novos conteúdos da educação efetiva. Até breve.

Abraços