(De) Feridos

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Importância da fromação

A formação dos professores é um tema que tem ocupado um lugar central no debate acadêmico, ao mesmo tempo em que se faz cada vez mais presente em programas de governo e nos meios de comunicação. Esse destaque se dá especialmente a partir da década de 90, marcada por várias reformas, entre elas a da educação básica e da formação de seus professores. Esse fato tornou relevante investigar o conteúdo da inovação, especialmente no tocante ao professor de educação infantil.

Torna-se objeto de reflexões, no contexto mais amplo da discussão intensificada nas duas últimas décadas, envolvendo a recuperação da especificidade do profissional do ensino, de seu papel no processo ensino aprendizagem e na qualidade da ação da escola.

A relevância da questão acentua-se a partir dos anos 90, com as novas definições
legais e demandas sociais acerca da função da educação infantil e da função do profissional responsável. O que devem saber os educadores para participarem da produção ou implementação de projetos pedagógicos de qualidade que atendam às especificidades dos educandos, possibilitando o desenvolvimento multifacetado do
aluno em sua totalidade.
Segundo Guiomar Namo de Mello, Ninguém facilita o desenvolvimento daquilo que não teve oportunidade de aprimorar em si mesmo. Ninguém promove a aprendizagem daquilo que não domina, a constituição de significados que não compreende e nem a autonomia que não pôde construir. a autora analisa a formação inicial do professor e sua inadequação diante da sociedade atual e das exigências da LDB vigente, sugerindo mudanças inovadoras. Ela discute o que denomina de "simetria invertida": o professor em sua formação vive um papel oposto ao que ele está se preparando para desempenhar. Isto traz conseqüências fundamentais: é preciso que o professor experimente, enquanto aluno, aquilo que ele deverá ensinar a seus próprios alunos. Caso se deseja que o professor desenvolva nos alunos a capacidade de relacionar teoria e prática, é preciso que tal relação também esteja presente em sua própria formação.
As mudanças na formação docente têm por objetivo formar um "profissional reflexivo", cuja atuação seja ao mesmo tempo inteligente e flexível, capaz de refletir sobre sua própria ação. Por fim, defender a implementação de um sistema nacional de credenciamento de cursos de formação de professores e de certificação de competências docentes e de suma importância além de sua reciclagem contínua.
"Ensinar é uma atividade relacional: para co-existir, comunicar, trabalhar com os outros, é necessário enfrentar a diferença e o conflito. Acolher e respeitar a diversidade e tirar proveito dela para melhorar sua prática, aprender a conviver com a resistência, (...) fazem parte da aprendizagem necessária para ser professor."
"Mas ensinar é também uma (...) atividade altamente determinada por fatores que escapam ao controle de quem ensina. O projeto educativo e a ação cotidiana, a intenção e o resultado na sala de aula, na escola, no sistema e na política educacional sempre guardarão alguma distância, maior ou menor. Ensinar, portanto, exige aprender a inquietar-se e a indignar-se com o fracasso sem deixar destruir-se por ele."
Guiomar Namo de Melo

domingo, 17 de julho de 2011

A diferença

Será que esse episódio já foi vivenciado por você educador?
Nós que deixamos que isso aconteça ou será que o sistema que fez isso?

Curriculo de Freneit - 1967

Vejam o que dizia Freinet sobre o currículo escolar:

“Migalhas de leituras, caídas de uma obra que ignoramos e que têm gosto de pão que ficou ressecando nas gavetas e nos
sacos,
Migalhas de história, umas bolorentas, outras mal cozidas, e cujo amálgama é um problema insolúvel.
Migalhas de matemática e migalhas de ciências, como peças de máquinas, sinais e números que uma explosão tivesse
dispersado e que no esforçamos para montar, como um quebra
cabeça.
Migalhas de moral, como gavetas que mudamos de lugar, no
complexo de uma vida de infinitas combinações.
Migalhas de artes...
Migalhas de aula, migalhas de horas de trabalho, migalhas de pátio de recreio...
Migalhas de homem!”
                                            

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O sorriso de Monalisa



O aprender a aprender busca autonomia de professores e alunos e leva-os a criticar e refletir sua própria experiência e dela extrair conhecimentos. O conhecimento não tem dono, ele é fruto daquele que norteia com aquele que faz parte do meio, do senso comum. A escola mantém um regimento tradicionalista (década de 50) o que gera um conhecimento linear ao material elaborado pela própria unidade escolar que muitas vezes chega desatualizado nas mãos do professor.
Em Sorriso de Monalisa, a professora tinha que defender apenas aquilo que tinha em suas mãos, não tinha o direito de trazer o novo para a sala, não podia criar situações onde as alunas expunham sua idéias e suas visões perante aquilo que estava sendo exposto. Por exemplo: Quando a professora levou as imagens em slides, a aula se tornou desinteressante, aquilo não era novo para as garotas. Quando a professora levou o desconhecido, as garotas ficaram perdidas, não sabiam o que fazer com a autonomia de expressão. Gerou polêmica.
Por trás de toda mudança, onde cria-se um remodelamento de conhecimentos exportados e importados numa formação intelectual. Quando há um interesse geral (ou quase em sua totalidade) começa a inovação e invenção de idéias, portanto é uma aberração limitar o acesso à informação e ao conhecimento que constituem esse bem comum, por força de um direito excessivamente preocupado em proteger interesses particulares.
Como professora apontaria para a coordenação e direção do colégio os pontos favoráveis da educação diferenciada convencendo-as de que o ensino será melhor trabalhado na formação de cidadãos críticos. Não posso esquecer que estava ciente do regimento da instituição e o “ser diferente” necessita de consentimento, principalmente para a época.
Situações que chamaram a minha atenção foi quando a professora diz as alunas que tem que ter um olhar diferente, ale daquilo que está sendo exposto, pois todos tinham a liberdade de expressão e a aluna levou esse conhecimento para a vida pessoal. Não há prova melhor de que aquilo que foi exposto foi absorvido; e a cena que a diretora pede que a professora reassuma suas aulas com inúmeras condições e a professora nega. Já que a instituição não aceita mudanças, o professor busca outro caminho que torne seu trabalho eficiente. Essa cena não mostra fraqueza e sim ideal.
A maioria das inovações e invenções baseia-se em idéias que são parte do bem comum da humanidade. Por isso é inaceitável limitar o acesso à informação e ao conhecimento para proteger interesses particulares. Philippe Quéau